
O famoso Curaçau Blue já não reina sozinho como representante azul no mundo da gastronomia. A clássica bebida é produzida a partir de laranjas caribenhas de casca grossa da Ilha de Curaçau, mas sua coloração provém de um corante alimentício artificial.
Digamos que o azul não é das melhores cores para abrir o apetite. Nossa experiência cultural e cognitiva costuma associar comida às cores quentes, tais como vermelho, laranja e amarelo. O azul geralmente é deixado de lado por, inconscientemente, o relacionarmos a alimentos mofados ou estragados.
Para estimular os sentidos e despertar a curiosidade com experiências divertidas (além de proporcionar fotos exóticas “instagramáveis”), a pigmentação azul começou a ser introduzida de forma natural em diversas preparações culinárias mundo afora. Quem sabe consigamos reverter aos poucos o estigma em torno do azul no meio gastronômico.

A spirulina é uma cianobactéria capaz de fazer fotossíntese e muitos a chamam de alga azul-esverdeada. Ela é rica em nutrientes e utilizada como suplemento alimentar em forma de cápsulas, comprimidos ou pó (este último também como corante alimentício). Sua versão em flocos é empregada em formulações de rações para peixes.

Nativas do sudeste asiático e da Índia, as flores comestíveis azuis do feijão borboleta (butterfly pea flowers) são conhecidas nas preparações de chás e também como corante natural. Quando entra em contato com ácido, o ph se altera, causando uma reação onde vemos a cor mudar de azul geralmente para roxo.

O jenipapo (Genipa americana L.) é uma fruta tropical nativa da América Central e Brasil, parente do café. Em tupi-guarani, significa “fruta que serve para pintar” e o pigmento extraído do fruto verde é muito utilizado por índios em suas pinturas corporais, sendo uma das raras pigmentações naturais da cor azul.
Alguns exemplos de pratos coloridos com spirulina, flor de feijão borboleta e jenipapo:



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