
Premiado designer catarinense, Jader Almeida comemora em 2017 uma década do lançamento da cadeia Bossa. A peça remete à identidade e música brasileiras, formada com suporte em madeira maciça e encosto em palha, e agora ressurge em uma versão comemorativa, apresentada durante a Design Weekend, em São Paulo, e, em Florianópolis no último sábado.
A cadeira é considerada um ícone do design brasileiro. Em 2008 e 2009 foi reconhecida em duas importantes premiações, o 22º Prêmio Museu da Casa Brasileira e o Salão Design Casa Brasil, respectivamente. Além disso, o tempo de permanência da Bossa no mercado, onde as tendências mudam sazonalmente, revela a importância da peça para o design e do setor mobiliário brasileiros.
— Ao imaginar um objeto prosaico que é uma cadeira, e pensar que ela tem a capacidade de mudar todo um setor (mobiliário), uma parte da indústria que gera muito valor ao país, é muito satisfatório ter um produto que se torna icônico. A cadeira Bossa é um produto que pode ser comparado, em reservadas proporções, a um clássico musical. Em um mundo atual, tão efêmero, 10 anos é uma conquista — completa Jader.
Uma das razões de a cadeira Bossa estar por tantos anos em alta é a capacidade de se manter atual e, ao mesmo, remeter a memórias afetivas. E isso faz com que tanta gente se identifique com ela.
— (A Bossa) é um design brasileiro e que remete um pouco ao mobiliário dos anos 60 e 70 . A cadeira de “palhinha” da casa da vó, por exemplo — afirma a arquiteta Juliana Pippi.

O design
Jader Almeida começou a ter contato com a produção e desenvolvimento de móveis aos 16 anos. Desde 2004, atua no desenvolvimento de peças exclusivas para a indústria. Para ele, o design não é apenas uma forma ou algo restrito. É um processo que envolve toda uma cadeia de pessoas e é capaz de contribuir para toda a sociedade.
— A pesquisa, experimento, desenvolvimento são motores de inovação, e essa inovação contribui para toda a sociedade. Imaginar que para a produção de uma cadeira, por exemplo, são necessários equipamentos, máquinas, desenvolvimento de ferramentas, embalagens etc. Essas são necessidades que empregam e proporcionam oportunidades para vários setores da economia — define.
Indo além do processo industrial e de tudo que ele movimenta, há também o aspecto cultural e intelectual embutidos no design e que fazem dele presente no nosso dia a dia, mesmo quando não estamos cientes disso.
— Costumo falar que é o testemunho material do nosso tempo, como nos relacionamos com os utensílios e como interpretamos o mundo. Ou seja, o design está em absolutamente tudo, do ralo da cuba onde escovamos os dentes, do televisor, celular as interfaces de navegação de um APP — completa.
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