
Saímos de Santorini e pegamos um Ferry para a ilha grega de Kos. Em 30 minutos já pulamos para outro barco até a cidade de Bodrum, na Turkia, e finalmente outro até a península de Datça.
Existe a lenda de que não bebem no país, que odeiam tatuagem, barba, etc.. Então é claro que chegamos analisando tudo ao redor, sentindo como se estivéssemos caindo de pára-quedas no meio de um campo de batalha… Porém percebe-se que, principalmente nos lugares turísticos, todos estão muito felizes, receptivos, de barba, tomando uma cervejinha e alguns com tatuagens… Bem-vindo a Turkia!
Datça fica em uma península no Sudoeste da Turkia, cercada de praias em uma linda costa. A tempos foi considerada o lugar de mais difícil acesso do país e por isso ainda tem ares de uma vila de pescadores, apesar do turismo em expansão.
Locais acreditavam que o próprio Zeus teria criado Datça e mandado as melhores criaturas para viver no local, devido à beleza da região. Datça também é famosa por dividir geograficamente o mar mediterrâneo do mar Egeu.
Fomos recepcionados no píer e fomos direto para a vinícola, que paraíso!
A 15 minutos de caminhada da praia, de frente para as ilhas gregas, está a nossa casa que fica no meio dos vinhedos e cercada por oliveiras.
Ficamos em duas casas containers, sendo em uma o quarto e banheiro e na outra a cozinha e lavanderia, só pra nós! Nos sentimos em uma casa de praia, parece férias!
Mas vamos falar dos vinhos!
A Turquia é o quarto maior produtor mundial de uvas. Existem aproximadamente 600 a 1200 variedades de indígenas vitis vinifera, porém apenas 60 tipos são comercializados.
As uvas indígenas mais comuns nos vinhos são:
Yapincak e Papazkarasi, da região de Thrace
Sultaniye de Aegean Coast
Okuzgozu (conhecida como “garganta queimando”, por seus taninos), Bogazkere, Kalecik Karasi, Narince e Emri de Anatolia (Note que a Narince, uma variedade branca, é considerada a rainha de Anatolia)
O famoso Buzbag é um vinho tinto, com muito tanino, feito com a uva Bogazkere. Historicamente, a região onde Buzbag é produzido, Mt. Ararat, é apontada como a área onde o vinho nasceu. Justamente pela crença de que Noé plantou vinhedos ao redor de onde a arca ancorou, que acredita-se ser no Mt. Ararat.
Você ainda pode provar um Buzbag, fabricado neste local pela empresa estatal Tekel.
A vinícola que trabalhamos oferece 9 tipos de vinhos:
Syrah, Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Merlot, Rosé, 3 blends destas uvas e o destaque da casa, um Blend com as variedades locais Okuzgozu e Bogazkere.
Okuzgozu é uma variedade furtada que se complementa com a full-bodied e picante Bogazkere.
Os brancos não passam pela fermentação malolática, devido à baixa acidez das uvas. A baixa acidez é considerada um problema, pois pode deixar muitos vinhos “sem alma”.
O rosé, que é feito com a Okuzgozu, foi o nosso preferido. Um vinho bem balanceado, frutado e refrescante.
No nosso tempo livre exploramos a área, que é fantástica. Visitamos as duas pontas da península, da cidade histórica de Knidos até a famosa Marmaris.
Marmaris é um mix de 25 de Março, com Miami e Angra dos Reis, não dá vontade de ir embora! Bares, lojas, esportes aquáticos, tours de barco, tem para todos os gostos.
Olhem as maravilhas…
A cidade de Knidos é um sítio arqueológico bem preservado e aberto ao público, você caminha entre peças e ossos soterrados, você pode encontrar várias lembranças de mais de 2000 anos para levar pra casa. Claro que passamos um bom tempo dando uma de arqueólogos…
E as praias… Restaurantes magníficos, banho de lama, visões de cinema e as águas mais cristalinas que já mergulhamos.
Nas fotos está a praia de Iztuzu, onde a faixa de areia divide a água doce da salgada. Também é conhecida por turtle beach, por ser um santuário de tartarugas. Notem que existem gaiolas pela areia para protegerem os ovos que ficam espalhados pela praia.
Outro ponto interessante foi a praia de Kiz kumu, onde existe uma lenda de uma menina tentou atravessar o mar, fazendo um caminho de areia que estáva em seu vestido. Porém quando a areia acabou ela se afogou. Você entende melhor a lenda indo à praia e vendo o estreito caminho de areia, onde as pessoas parecem caminhar pelas águas e que termina no meio do mar. Hoje uma estátua marca o local.
De quebra, ainda encontramos um banho de lama medicinal, com água carregada em enxofre.