
Há um ano, surgia o movimento #MeToo, a partir das denúncias de assédio contra o produtor de Hollywood Harvey Weinstein. Um balanço sobre as conquistas e novos desafios da mobilização liderada por mulheres é o tema da reportagem principal da última edição da revista The Economist com o título: “Sexo e poder: #MeToo, um ano depois”. A matéria estampa uma das capas da publicação.
Tudo começou com um caso que veio à tona no jornal The New York Times acusando Weinstein, um dos maiores executivos de Hollywood, de ter assediado, abusado e até estuprado dezenas de atrizes. As primeiras acusações apareceram em 5 de outubro, e ele acabou demitido de sua própria empresa.

Nas redes sociais, a hashtag #MeToo ganhou força dias depois, quando a atriz Alyssa Milano pediu às vítimas de assédio sexual que se pronunciassem, em demonstração de solidariedade.
If you’ve been sexually harassed or assaulted write ‘me too’ as a reply to this tweet. pic.twitter.com/k2oeCiUf9n
— Alyssa Milano (@Alyssa_Milano) 15 de outubro de 2017
O tratamento abusivo do produtor era sabido por boa parte de Hollywood, como demonstram vários testemunhos que surgiram depois. Entre os nomes, estão os de atrizes como Ashley Judd, Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Cara Delevingne, Lupita Nyong’o, Lena Headey e Lea Seydoux, que levaram a público histórias similares.
Além de casos envolvendo outros famosos da indústria do entretenimento norte-americano, a publicação cita episódios mais recentes, como o do juiz Brett Michael Kavanaugh, candidato à Suprema Corte americana, acusado pela professora Christine Blasey Ford de agressão sexual em uma festa quando os dois estavam no Ensino Médio. Ele nega que isso tenha acontecido.
Na reportagem, a publicação considera que, um ano depois do surgimento do #MeToo, as mulheres que falam são levadas mais a sério e os homens que abusam são mais propensos a pagar um preço. No entanto, a matéria é taxativa: a união de mulheres em torno do movimento pode ter derrubado poderosos show bizz, mas a luta ainda está longe de acabar.