
Enfim, dentro dos milhares produtores de Bordeaux, os que estão na lista devem seguir regras restritas para continuar nela. Os que ficaram de fora criaram uma segunda classificação chamada Cru Bourgeois, onde muitos dos vinhos já deveriam estar na intocável classificação de 1855 pela excelente qualidade.
Abaixo dos Cru Bourgeois existem específicas apelações que não são classificadas e recebem no rótulo apenas “Médoc”, “cotes de Blaye” ou “Pontesac” de acordo com a região.
Em 2006 uma nova classificação foi anunciada. Produtores locais que não se encaixam nas classificações mais exigentes podem cair na “Crus Artisans” onde os vinhos giram em torno de 7 a 12 dólares.
Logo temos os vinhos genéricos que levam no rótulo, Bordeaux e Bordeaux superior. São vinhos considerados de baixa qualidade comparados às outras classificações, porém cobrem 50% da produção de Bordeaux, sendo o mais famoso Mouton Cadet, com valores em torno de 8 dólares a garrafa.
Bordeaux possui 57 apelações que servem de base na hora da escolha do consumidor. Porém, algumas regiões como Pomerol fogem desta loucura e possuem apenas AOC, uma denominaçãoo de origem geográfica, como Appelation Pomerol Controlée.
Dos Chateaux visitados em Médoc, tivemos o prazer de visitar os Premières Grand Crus, Margaux, Latour e Mouton-Rothschild. Lafite só se consegue hora para visitação ligando com seis meses de antecedência.

Lá provamos 3 vinhos, sendo que o Premier Grand Cru, Grand Vin de Chateau Latour,não custa menos que 800 Euros a garrafa.
Em Bordeaux é comum o uso de tampa de vidro nos primeiros meses de barril, permitindo que o vinho libere todo o gás que ainda produz. Esta tampa também é utilizada devido à facilidade de abrir e fechar o barril, já que nos primeiros meses este deve ser completado frequentemente com vinho, pois a evaporação e a absorção da madeira diminuem consideravelmente o volume.
Um Chateau que nos impressionou tanto pela beleza quanto pela técnica foi Cos d’Estournel. O mais interessante foi ver como fazem tudo através de gravidade.
No processo de misturar o vinho para ter contato com as cascas, notamos que a maioria das vinícolas usam bombas de sucção e mangueiras, retirando o vinho da parte de baixo do barril e jogando para a parte de cima, onde está a camada de sedimentos. Porém, em Estournel eles usam estes elevadores tanque, que coletam o vinho do barril e levam para a parte de cima sem a força de bombas, tentando preservar o vinho ao máximo.

Finalizando Bordeaux, ficou clara como a diferença de Terroir, o solo de cada Chateau, o processo de produção, a escolha do blend, e, é claro, o clima de cada Vintage alteram o produto final.
Provamos coisas espetaculares e completamente diferentes, principalmente entre o lado direito de Bordeaux (Pomerol e Saint-Émilion) onde encontramos mais Merlot no Blend e o lado esquerdo (Saint-Estephe, Paulliac, Saint-Julien e Margaux) que carrega mais Cabernet Sauvignon, com Blends de até 98% Cabernet.