
A paixão pela fotografia ela já tinha no DNA, mas foi a primeira gravidez que despertou em Paloma Schell o interesse por um tipo de ensaio que fazia sucesso em outros países e ainda “engatinhava” por aqui. Isso foi há 10 anos. Pioneira nos ensaios newborn no Brasil, a moradora de Florianópolis acumula no currículo mais de 700 recém-nascidos fotografados e a publicação de um livro técnico traduzido para cinco idiomas e comercializado em vários países.
Foi de Paloma também a ideia de criar um suporte específico para ser usado nas sessões e que hoje é vendido e utilizado por fotógrafos no mundo inteiro, com reserva de patente internacional. Formada em fotografia pela Univali, Paloma especializou-se com feras do newborn dos Estados Unidos, Canadá e Austrália e hoje é ela quem é convidada a dar cursos e palestras no exterior. Só para o ano que vem já fechou a agenda em cinco países. Nesta entrevista à Versar, ela falou sobre os cuidados para fotografar bebês tão pequenininhos e revelou alguns truques usados nos ensaios.

Todo fotógrafo de newborn tinha uma necessidade e uma dificuldade. Junto com meu marido busquei resolver o meu problema e quando o produto ficou pronto vimos uma possibilidade de atingir o mundo todo porque era uma necessidade em comum e isso realmente aconteceu. Esse suporte tem dentro um pufe, que é onde a gente coloca o bebê pra fotografar. Com ele conseguimos manter as mantas bem esticadinhas e dar segurança para o bebê.
O ideal é que seja feito entre 6 e 12 dias de vida do bebê, mas também pode ser feito até 15, 20 dias. Quanto mais novinho ele tem mais flexibilidade, dorme mais profundamente. Nós usamos posições fetais, então quanto mais cedo melhor a memória dele para as poses. Nós temos um estúdio todo preparado para eles, com controle de temperatura, de umidade para que nada tenha mofo, cuidado extra com a higienização desde o ambiente aos acessórios, e conforto também para os pais porque é uma sessão demorada, que pode levar 4 a 5 horas.
Às vezes os pais! (risos) Eles ficam muito ansiosos.
Nós utilizamos todos os estímulos para que o bebê lembre a vida dele dentro do útero, a temperatura, o som, a vibração, tudo é feito pra fazer o bebe relaxar. A gente costuma usar um aparelhinho que treme, que simula os movimentos da mãe, o bebê fica super relaxado.
Na última contagem eram 1600, mas isso já faz 2 anos, hoje temos muito mais.
E como é lidar com tanta emoção no dia a dia?
É demais. Dia desses eu recebi uma família que tinha perdido o primeiro filho, que eu tinha fotografado inclusive mas que faleceu por uma fatalidade. E eles tiveram um segundo filho e quiseram fazer tudo novamente. Isso acaba mexendo com a gente, porque você vê o irmãozinho naquele bebê.
Bem como o ditado (risos). Todo mundo acha que é todo dia, mas não é bem assim, uma vez por ano nós fotografamos a família.
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