
No sábado (12), 82 mulheres da indústria cinematográfica subiram as escadarias do Palácio dos Festivais, em Cannes, em um protesto silencioso. Desde a criação do festival, que está na 71ª edição, apenas 82 filmes dirigidos por mulheres foram selecionados para a competição oficial. Por outro lado, 1.645 filmes dirigidos por homens já concorreram no Festival.
Este ano, são apenas três cineastas mulheres entre 21 concorrentes – Eva Husson (Les Filles du Soleil), Alice Rohrwacher (Lazzaro Felice) e Nadine Labaki (Capharnaum). O protesto ocorreu depois que a atriz e presidente do júri Cate Blanchett leu um comunicado no tapete vermelho sobre a falta de cineastas homenageadas ao longo da história do festival.
Entre as reivindicações das mulheres está a equiparação salarial entre gêneros e um ambiente seguro para mulheres. A atriz catarinense Bruna Linzmeyer estava entre as artistas envolvidas no ato.
– Eu acho que a gente precisa falar de uma opressão histórica sobre as mulheres, sobre as pessoas pretas, sobre as minorias políticas. Principalmente neste último ano, a gente se propôs a falar e as pessoas se propuseram a ouvir. É importante que, tanto nos grandes festivais ou nas periferias, as mulheres estejam na luta, que elas estejam se posicionando e lutando – declarou à RFI Brasil Bruna Linzmeyer.

Mariana Ximenes também esteve no protesto e falou sobre sua felicidade em participar:
– É muito bom ser mulher, estar aqui, como atriz que é meu oficio, celebrando este momento, esta união e força feminina, com olhares de todo o mundo. É uma questão que a gente precisa debater e refletir. Foi um protesto de inclusão e igualdade – disse à RFI Brasil.
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